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SIMBOLOS INSPIRADOS X RACIOCÍNIO IDOLATRA

SIMBOLOS INSPIRADOS X RACIOCÍNIO IDOLATRA

 

Um dos argumentos mais utilizados pelos apologistas católicos é a comparação de suas imagens com os querubins da arca da aliança. Analisaremos, se de fato, tais argumentos são alicerçados para a justificativa do uso das imagens que os católicos utilizam em suas praticas religiosas.

Começarei com uma citação patrística, já que a Bíblia não é suficiente para os católicos se convencerem de que seus rituais são oriundos do paganismo. Resolvi buscar nos primórdios, algumas respostas a quais trarão mais clareza ao entendimento de pessoas que gostam ou se sintam atraídas pela verdade.

Orígenes contra Celso, faz uma declaração reveladora a qual esmiuçarei e analisarei para melhor entendimento.


“Deus é reconhecido como sendo acima de todas as coisas, e entre eles [israelitas], nenhuma imagem de escultura foi permitida. Porque nem pintor nem santeiro existia em seu estado, e a lei expulsou tudo isso deles, porque não pode haver pretexto para a construção de imagens* – uma arte que atrai a atenção dos *homens tolos*, e que arrasta para baixo os olhos do espírito de Deus para a terra” (Contra Celso, Livro IV, 31)


Orígenes está argumentando em defesa dos judeus, os quais Celso classificava como insetos, assim como fazia com os cristãos. Nisso ele ressalta que os ISRAELITAS não tinham o costume de fazer imagens esculpidas e que tal prática havia sido banida do meio deles através da lei (a Toráh), por não ser permitida pela mesma. Ora, mais então como explicar os querubins da arca que os Israelitas possuíam, pois parece que Orígenes está sendo contraditório, tendo em vista que de fato haviam símbolos com formas sobre a arca da aliança ?


Para termos uma clareza melhor, precisamos recorrer ao decálogo, o principal compendido de leis para os israelitas, que é composto por dez mandamentos principais. Vejamos o que Deus diz no mandamento

Êxodo 20,4-5


Não farás para ti escultura, nem figura alguma* do que está em cima, nos céus, ou embaixo, sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra.*
Não te prostrarás diante delas e não lhes prestarás culto. Eu sou o Senhor, teu Deus, um Deus zeloso que vingo a iniqüidade dos pais nos filhos, nos netos e nos bisnetos daqueles que me odeiam.(Bíblia Ave Maria)


Perceba que o mandamento está proibindo fazer imagens da criação divina e este mandamento está se referindo as coisas que os sentidos humanos podem perceber naturalmente e a partir dessa percepção reduzir a Deus abaixo daquilo que criou, e fazendo para si, na replica da criação um" deus" para cultuar sendo que a criação é apenas uma obra que revela o poder e existência de Deus como Paulo diz aos Romanos.

Romanos 1,20


"Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, o seu sempiterno poder e divindade, se tornam visíveis à inteligência, por suas obras; de modo que não se podem escusar."

Mas há uma expressão no mandamento que ainda pode dar margem para um argumento se não for entendido , no entanto , como sou zeloso com os detalhes encontrei uma resposta tanto na Bíblia quanto na patrística e irei expor.


A expressão é : Não farás para ti escultura, nem figura alguma do que está em cima, nos céus. Ora mais ai não estaria uma refutação ao fato de Deus ter mandado fazer os querubins e estes estarem nos céus? Deuteronômio tem a resposta.


Deuteronômio 4,19

"Quando levantares os olhos para o céu, e vires o sol, a lua, as estrelas, e todo o exército dos céus, guarda-te de te prostrar diante deles e de render um culto a esses astros, que o Senhor, teu Deus, deu como partilha a todos os povos que vivem debaixo do céu."


Veja que as coisas do céu não são as mesmas coisas eternas que Deus revelou aos Israelitas mas a criação visível estabelecida no tempo. Os exércitos celestiais do texto também não se referem a anjos pois o próprio texto deixa claro que são astros compartilhados a todos os povos que vivem debaixo do céu. Quando a palavra exército e traduzida do hebraico não se refere apenas a uma falange de guerra mas também a grandes constelações como nessa passagem e em outras se necessário for irei expor.

Vejamos oque nos diz Orígenes.


“Ninguém que obedece a lei de Moisés vai se curvar aos anjos que estão no céu, da mesma maneira como não vai se curvar ao sol, a lua ou as estrelas” (Contra Celso, Livro V, 6)


Essa citação de Orígenes, por si só acaba com o argumento católico, pois ele afirma claramente que "ninguém que obedece a lei de Deus se dobra diante de qualquer criatura habitando ela na eternidade ou estando ela revelada no tempo. Portanto, a prática romanista não possui base na lei de Deus para se sustentar.


ENTÃO, O QUE SERIAM OS QUERUBINS QUE GERAM TANTA POLÊMICA?

  1. "É chegado o momento de demonstrar que também entre os antigos profetas, amigos de Deus, já se honravam os nomes de Jesus e de Cristo.  
  2. Moisés mesmo foi o primeiro a conhecer o nome de Cristo como o mais augusto e glorioso quando fez entrega de figuras, símbolos e imagens misteriosos das coisas do céu, conforme a voz que lhe dizia: Vê pois, farás todas as coisas segundo o modelo que te foi mostrado no monte ; e celebrando ao sumo sacerdote de Deus tanto quanto é possível a um homem, proclamarão "Cristo". A esta dignidade do supremo sacerdócio, que para ele ultrapassa a qualquer dignidade dos homens, sobre a honra e a glória, adiciona o nome de Cristo. Portanto, ele conhecia o caráter divino de Cristo". (LIVRO I De como os nomes de Jesus e de Cristo já eram conhecidos desde a antiguidade e honrados pelos profetas inspirados por Deus, pg. 25, HISTÓRIA ECLESIÁSTICA).

Eusébio de Cesareia traz uma visão ampla, com um rico texto que é recheado de detalhes a serem expostos .


"Os símbolos que foram dados a Moisés eram de natureza Cristocêntrica. Ou seja, apontavam para Cristo em sua totalidade, não de uma forma explícita mas em forma de símbolos revelou seu caráter, assim como sua palavra inspirada, até que o verbo se fez carne e habitou entre nós, e hoje, por meio da Escritura que possuímos o que é totalmente Cristocêntrica".

Nenhuma das formas apontou para ninguém mais além de Cristo, e o argumento católico desmorona novamente diante de tal verdade, pois, as imagens deles apontam para homens e mulheres mortais e são representações que variam conforme a cultura onde são fabricadas.

Nisso digo com absoluta certeza que não são obras inspiradas no caráter das pessoas que representam, mas uma influência cultural que varia de costume para costume segundo a cultura local. E nisto, a Bíblia os reprova, pois diz claramente em Deuteronômio 4,16 assim:


"Guardai-vos, pois, de fabricar alguma imagem esculpida representando o que quer que seja, figura de homem ou de mulher,"
(Bíblia Ave Maria).


Segundo detalhe que Eusébio observa, é que os símbolos entregues a Moisés são coisas misteriosas, ou seja, não POSSUÍAM UMA FORMA CONHECIDA DO INTELECTO HUMANO.

Tais símbolos eram tão desconhecidos do homem que não bastou a discrição de Moisés para fabrica -los. Deus precisou capacitar dois homens para dar a forma exata segundo sua vontade.


Êxodo 36,1


"Beseleel, Ooliab e todos os homens prudentes que o Senhor dotou de inteligência e habilidade, para saberem executar todos os trabalhos necessários ao serviço do santuário, conformaram-se inteiramente às instruções recebidas do Senhor."


Perceba que nada parte do raciocínio e nada é feito segundo a vontade humana, antes, esses homens inteiramente dispostos, seguiam as instruções do Senhor para fazer tudo conforme sua palavra . No entanto os artífices dos ídolos produzem para si próprios um "deus", segundo seu raciocínio.


Isaías 2,8


"A sua terra está cheia de ídolos; os homens se prosternam diante da obra de suas mãos, diante daquilo que seus dedos fabricaram".


Isaías 31,7


"Naquele dia cada um lançará fora seus ídolos de prata e seus ídolos de ouro, obras de vossas mãos criminosas".


Neste mesmo contexto entra a triste e lamentável pratica da fabricação de imagens, pois, como diz Orígenes:


Ninguém que obedece a lei de Moisés vai se curvar aos anjos que estão no céu, da mesma maneira como não vai se curvar ao sol, a lua ou as estrelas”.(Contra Celso, Livro V, 6)


Portanto não ha fundamento para o argumento romanista quando se referem aos querubins.

De onde, portanto, aderiram as vossas práticas? 

 

Por: João Vitor

Dia 16/06/2016